(Escolha 1: +1 Vigor ou +1 Argúcia)
sem misericórdia. Sabe o que mudou?
Fizeram moedas de suas espadas.”
— Fiona Costa
Durante centenas de anos, os nobres governantes – os jarls – controlaram Vestenmennavenjar, mas, no século XV, a nobreza se viu sem capital. Exatamente como na Théah continental, a nobreza vestenesa tinha terras, mas pouco dinheiro. Ao mesmo tempo, os mercadores – os carls – precisavam que alguém os protegesse de piratas e bandidos. Os carls se juntaram para criar uma confederação informal e proteger seus carregamentos e investimentos. A confederação estabeleceu sua sede na cidade de Vendel, um porto comercial bem conhecido e bastante utilizado.
O jarl da cidade, Eindridi Utterström, achou que a ideia tinha potencial. Utterström era um dos nobres vesteneses mais poderosos e de maior renome, mas perdera os três filhos no inverno anterior, em batalha com um outro jarl. Estava profundamente deprimido. Quando os mercadores foram ao castelo do jarl pedir ajuda (em troca de uma remuneração, naturalmente), o conselheiro de Utterström, Inger Holmström, passou três dias convencendo seu senhor a aceitar a oferta. Comércio sem violência. Moedas no bolso, sem precisar tirar a espada da bainha. Literalmente, dinheiro a troco de nada. Utterström sempre fora um patrono das artes – o principal motivo para a confederação ter escolhido Vendel e Utterström – e, depois de várias horas, ele concordou em fornecer a proteção que os mercadores buscavam.
Duzentos anos mais tarde, o investimento de Utterström traria dividendos que ele nunca teria previsto. Os títulos de “carl” e “jarl” ainda persistem em Vestenmennavenjar, mas têm outro significado. A casta nobre não olha mais para a mercantil de cima para baixo. Estão lado a lado. E Vestenmennavenjar tornou-se um império econômico que abarca o mundo todo. Hoje, Vestenmennavenjar é uma das grandes potências econômicas de Théah, se não a maior. Garantida pelos jarls, organizada pelos carls e movida por uma força econômica chamada “guilder”.
O acontecimento mais importante da história vestenesa foi a formação da Liga de Vendel. Criada na cidade à qual deve o nome, a Liga é um conglomerado de mercadores e artesãos não só de Vendel, mas também de toda a Théah. Praticamente todas as nações adotaram a moeda da Liga, o guilder, o que fez de Vesten uma potência mundial da noite para o dia. Os nórdicos ainda persistem. Ainda estão saqueando tesouros no estrangeiro. Mas agora o fazem com um sorriso nos lábios e um aperto de mãos.
Faz pelo menos dois séculos que não há um “grande rei” (Mjötuðr) de verdade em Vestenmennavenjar. Nobres rivais reivindicaram o título, mas nenhum deles o manteve por muito tempo. Hoje, a Liga de Vendel – os mercadores mais poderosos de Vestenmennavenjar – controla o destino da nação. Os jarls ainda existem e compõem as forças armadas de Vestenmennavenjar, além de manter a paz dentro de suas fronteiras, quase como os xerifes de Avalon, embora com muito mais distinção.
A mudança cultural uniu guerreiros e mercadores numa única entidade, figurativa e literalmente. Hoje são vistos como dois lados da mesma moeda, por assim dizer. De fato, de um dos lados da moeda do guilder vê-se a espada e, do outro, o timão: os dois símbolos do poder em Vestenmennavenjar.
Cultura
de seu wyrd acaba correndo mais rápido na direção dele.”
— antigo provérbio vestenês
Um elemento importante da cultura vestenesa – e talvez seja o elemento mais importante – é o wyrd. É uma palavra com vários significados, mas, em sua essência, pode ser traduzida como o destino ou a sina de uma pessoa. O rei dos deuses vesteneses, o Pai de Todos, vislumbrou o futuro do mundo e viu que já estava estabelecido, era imutável. Esse conceito de que a vida de alguém foi predeterminada antes do nascimento afeta profundamente a cultura vestenesa.
O wyrd é a razão pela qual os vesteneses ainda mantêm seu sistema de castas, que separa os jarls dos carls. A pessoa nasce com um papel já estabelecido e fará o possível para desempenhar esse papel. Se tentar escapar do wyrd, ela será punida pelo mundo. Os mercadores nasceram mercadores. Os nobres já nasceram nobres. O mundo era, é e será sempre assim. Não é desonra alguma ser um nobre, nem é desonra alguma ser um mercador. O wyrd não é a causa da desonra. Desrespeitar o wyrd é que é desonroso.
Camadas Sociais
Os jarls vesteneses ainda são, oficialmente, os senhores de vários pedaços de chão. Cobram impostos, comandam exércitos e marinhas, nomeiam prefeitos, xerifes e outras autoridades, além de emitir sentenças judiciais quando julgam necessário. Enquanto isso, os carls conduzem o comércio de Vesten. As duas classes governam a nação, mas de maneiras diferentes.
Os jarls constituem a autoridade tradicional, mas os carls – representados pela Liga de Vendel – também detêm um bocado de poder. A linha que separa o fim da autoridade de um jarl e o começo da autoridade de um carl pode ser pouco nítida em algumas situações. Depende muito da relação entre as autoridadeis locais. A Liga designa uma representante para cada jarl. Sua função oficial na corte é aconselhá-lo, mas seu papel extra-oficial é fazê-lo respeitar as necessidades da nação. Boa parte da autoridade do jarl é tradicional, mas a do carl é interpretada conforme a necessidade. O jarl tem o direito de cobrar impostos, mas são os carls que determinam como esse tributo será empregado.
O wyrd de um jarl exige que ele proteja a terra e sua gente de perigos físicos. O wyrd de uma carl exige que ela faça a vida valer a pena. Os jarls são guerreiros, treinam com espadas, lanças e escudos, colocam-se entre o perigo e aqueles que juraram proteger. A carl providencia alimentação, vestuário e todas as coisas que as pessoas desejam ou das quais precisam. Sem o jarl, o mundo mataria o povo. Sem a carl, o povo morreria de inanição física e espiritual.
Os dois papéis são vitais. Essenciais. Necessários. A vida fica a dever sem um ou outro. E ambos entendem suas funções como uma obrigação. É seu wyrd, exatamente como o Pai de Todos previu tempos atrás. Toda região de Vestenmennavenjar é governada por um jarl e uma carl. O jarl cumpre sua função tradicional: proteção. Também atua como o interlocutor político da região. A carl, designada pela Liga de Vendel, atua como ministro da fazenda, providenciando recursos para as artes, o artesanato, a educação e o lazer. A relação entre jarl e carl varia de uma região para outra e, embora o jarl detenha a autoridade suprema, usar essa autoridade sem a bênção de uma carl, nos dias de hoje, é entendido como contestar o próprio wyrd e desrespeitar o wyrd da carl.
Última edição por Teach em Sex 04 Ago 2017, 14:08, editado 1 vez(es)